09 janeiro 2012

Pesquisas americanas relacionam autoestima à saúde feminina

Um estudo norte-americano publicado na Journal of Counseling Psychology examinou o impacto das mensagens publicitárias na autoestima feminina. Segundo a pesquisa, as mulheres se sentem insatisfeitas com seu corpo após olharem o padrão de beleza imposto pela mídia. E esta influência é muito maior quando se trata de valores materialistas. A autora da pesquisa defende que os publicitários devem levar isto em conta na hora da criação de estratégias de marketing, para que estas de em menos ênfase ao conceito materialista.
Para a psicóloga Julieta Haddad, a mídia possui um grande poder no controle da autoimagem feminina e cria um padrão impossível de ser alcançado. “O Photoshop redesenha as formas para um padrão e com ele vende a forma do corpo de 'quem' tem felicidade, a forma do corpo que garante a conquista dos homens, à conquista de um lugar”, esclarece a psicóloga.
Outro estudo realizado em Ohio, pela pesquisadora Tracy Tilka, com 801 mulheres entre 18 e 65 anos, mostra que as mulheres muitas vezes se baseiam na opinião alheia e acabam deixando de lado a questão saúde. As participantes foram questionadas sobre a aceitação de seus corpos pela sociedade e pelos meios de comunicação e os resultados mostraram que, quanto mais jovem, maior a percepção da opinião alheia. 
Mulheres acabam sendo mais influenciadas por fatores externos do que homens. Para a psicóloga, isto se deve ao fato de vivermos ainda em uma sociedade patriarcal e que, apesar de as mulheres estarem mais libertas das forças de dominação masculina, esta liberdade não é homogênea. “Buscamos igualdade e é muito bom perceber que nosso grito tem sido ouvido e que muitas de nós já conseguiram superar o limbo da submissão imposta em nosso passado histórico. Mas nessa igualdade há de haver consideração pela diferença, e muitas vezes nossa vida tem sido uma luta para superar o homem e estamos assumindo mais do que damos conta e internamente ainda não achamos que é o suficiente”, explica.
Infelizmente, é impossível evitar a influência externa. E, muitas vezes, é isto que nos ajuda a crescer e a melhorar. Julieta sugere que, pra evitarmos a neurose, saibamos separar o que pode nos trazer um retorno construtivo do que vai apenas nos desgastar. “Devemos conseguir uma amizade com nosso mundo interior que seja suficientemente forte para que suportemos as imposições desleais e cruéis em nosso ambiente sem sucumbir e perceber as críticas que nos são úteis e batalhar pela mudança”, finaliza.


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